Em uma tarde sombria em Novo Airão, Amazonas, a comunidade testemunhou mais um ato de crueldade contra os botos cor-de-rosa, animais magníficos e emblemáticos da região. Embora Novo Airão seja reconhecida internacionalmente pela interação que mantém com esses cetáceos, infelizmente, a falta de humanidade persiste, desafiando os esforços de proteção e desmitificação que têm sido realizados.
Os botos cor-de-rosa são criaturas fascinantes e envoltas por lendas e mitos que permeiam a cultura local. Contudo, é fundamental compreender que eles não são apenas personagens de histórias, mas seres vivos que desempenham um papel crucial no ecossistema dos rios da nossa Amazônia. Sua presença é um indicador da saúde dos rios e lagos, sendo considerados verdadeiros guardiões das águas.
O incidente ocorrido em Novo Airão é apenas mais uma prova de como a falta de respeito e consciência humana pode ameaçar a sobrevivência dessas criaturas. A caça ilegal, a poluição das águas e a degradação do habitat são alguns dos fatores que têm contribuído para a diminuição da população de botos cor-de-rosa ao longo dos anos.
Curumim, um boto conhecido por todos no Flutuante dos Botos, em Novo Airão, é um exemplo doloroso dessa realidade. Sua característica distintiva, o bico torto, é resultado de um ato de violência durante a infância. Apesar disso, ele sempre se mostrou dócil e brincalhão, cativando a todos com sua personalidade encantadora. Infelizmente, sua aproximação da margem o tornou vulnerável a atos de crueldade, e ele se tornou mais uma vítima dessa falta de empatia.
É chegada a hora de agir. A conscientização é uma alternativa poderosa nessa luta pela preservação dos botos cor-de-rosa.
Repudiamos qualquer ato de abuso, maus tratos ou molestamento desses animais.
A preservação dos botos cor-de-rosa é uma responsabilidade que deve ser compartilhada por todos nós. Não podemos permitir que essas criaturas únicas sejam vítimas da falta de consciência e respeito humano. Cabe a cada um de nós se tornar um defensor ativo da proteção da vida selvagem e do ecossistema do Amazonas.
Unidos, podemos mudar essa realidade sombriaTexto: Anderson Freire
Foto: Marildo dos Botos